2.8.13

Poesia de Fernando Pessoa

Imagem via Pixabay por PublicDomainPictures Sob uma licença CC em 02/07/2013
O post de hoje não é só para falar da poesia de Fernando pessoa como sugere o título da postagem, mas também para tentar incentivar a leitura de poemas/obras/textos completos.
Como assim? Simples. Todo mundo faz montagem com imagens, posta, reposta trechos de poesias no Facebook, Twitter, Tumblr etc. Até aí nada demais. A questão é que pelo menos de vez em quando se deveria dar ao menos uma olhadinha no trabalho do autor em questão. Existem milhares de citações de Mário Quintana, mas duvido que a maioria das pessoas tenham lido ao menos uma poesia completa dele. Não estou dizendo para ler a obra inteira nem nada... Então porque não conhecer um pouquinho pelo menos? Fica a dica.
Para dar um aperitivo, abaixo coloquei algumas poesias que eu super curti, do Fernando Pessoa.
OBS: Se você é do tipo que cita em redes sociais pelo menos um pouquinho das coisas que realmente lê, meus PARABÉNS! rsrs

O que Sentimos

O que sentimos, não o que é sentido,
É o que temos.
Claro, o inverno triste
Como à sorte o acolhamos.
Haja inverno na terra, não na mente.
E, amor a amor, ou livro a livro, amemos
Nossa caveira breve

Para ser grande, sê inteiro: nada

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Uma Após Uma

Uma após uma as ondas apressadas
Enrolam o seu verde movimento
E chiam a alva 'spuma
No moreno das praias.
Uma após uma as nuvens vagarosas
Rasgam o seu redondo movimento
E o sol aquece o 'spaço
Do ar entre as nuvens 'scassas.
Indiferente a mim e eu a ela,
A natureza deste dia calmo
Furta pouco ao meu senso
De se esvair o tempo.
Só uma vaga pena inconseqüente
Pára um momento à porta da minha alma
E após fitar-me um pouco
Passa, a sorrir de nada.
Uns
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
o dia, porque és ele

Ricardo Reis (heterônimo de Fernando Pessoa)

Feliz dia para quem é

Feliz dia para quem é
O igual do dia,
E no exterior azul que vê
Simples confia !
Azul do céu faz pena a quem
Não pode ser
Na alma um azul do céu também
Com que viver
Ah, e se o verde com que estão
Os montes quedos
Pudesse haver no coração
E em seus segredos !
Mas vejo quem devia estar
Igual do dia
Insciente e sem querer passar.
Ah, a ironia
De só sentir a terra e o céu
Tão belo ser
Quem de si sente que perdeu
A alma p’ra os ter !

Fernando Pessoa

E vocês? Gostam de poesia?

Fonte das poesias: http://www.dominiopublico.gov.br/ Acesso em: 02/08/2013


#Godblessyou

2 comentários:

  1. Eu sou apaixonada por poesia!Já li um livro sobre o Fernando Pessoa :D bjs

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    Respostas
    1. Que maneiro! Esse meu Xará português era bão dimais da conta! hehe

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